23.4.12

Mocinhas menos bobinhas

A história da Branca de Neve marcou a minha infância por ter sido o filme da Disney que eu mais assisti, embora hoje já não seja um dos meus favoritos. Adoro lembrar de algumas coisas como: o Zangado era o personagem que eu mais gostava (rolava uma identificação) e eu me escondia atrás da minha mãe na cena em que a bruxa se transformava na velhinha com a maçã, embora eu adorasse essa parte. Coisas da infância. Nostálgica como sou, gosto de relembrar as sensações que eu tinha em determinadas situações, especialmente em filmes.

Quando vi o cartaz de Espelho, Espelho Meu, após a empolgação por se tratar da história da Branca de Neve, a primeira coisa que notei foi a semelhança da atriz principal, Lily Collins, com a Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo, na foto do cartaz. Aliás, fiquei apaixonada pelas sobrancelhas grossas da atriz. Adoro sobrancelhas grossas e expressivas, lembro da Frida Kahlo <3 e todo o seu colorido e, automaticamente, vejo personalidade e originalidade.


A classificação indicativa do filme é livre e no cinema mais próximo da minha casa ele só estava sendo exibido dublado e foi assim que o assisti. Eu acho que quando comédias são dubladas as piadas perdem consideravelmente a sua graça e sentido original e acredito que isso tenha acontecido em alguns momentos desse filme, mas sei que não foi apenas pela dublagem que o filme pareceu bobo. "Você é a azeitona da minha empadinha" não tem a menor graça, assim como a poção dada ao príncipe que o faz agir como cachorro também não tem. Eu gosto de histórias infantis e acredito que, embora aparentemente destinadas às crianças, elas se aplicam perfeitamente à adultos (e distraem também), mas nesse caso por mais que eu tenha gostado da proposta, o filme não convenceu.

Em Espelho, Espelho Meu, a Rainha Má cobra cada vez mais impostos da população de seu reino para bancar luxos e festas. Com o reino indo à falência, ela encontra a solução para o seu problema num possível casamento com um príncipe de outro reino (interpretado por Armie Hammer, o ator que fez os gêmeos no filme A Rede Social e o Sr. Tolson em J. Edgar), mas o príncipe e a Branca de Neve estão começando a gostar um do outro, o que faz a Rainha decidir matar a menina. Escondida na floresta, Branca de Neve encontra os Sete Anões. E aí a história realmente muda de figura, porque a princesa não é representada como a coitadinha que precisa de um beijo de amor verdadeiro do príncipe valente, mas ela mesma sai em sua própria defesa.


Embora o filme seja relativamente ruim, acho interessante observar essa proposta cada vez mais frequente das princesas independentes. Acho que algo parecido será visto em Branca de Neve e o Caçador, filme com a Kristen Stewart que estreia em junho. Nesse filme, a Rainha manda o caçador ir atrás da desaparecida Branca de Neve e matá-la, mas quando o caçador a encontra ele decide ensiná-la a cuidar de si mesma. Eu sempre vou querer ir ao cinema assistir histórias que falem de princesas e lembrem a minha infância, não importando se elas dormem cem anos e são salvas com um beijo ou se elas pegam em espadas e lutam contra monstros - papel antes destinado aos príncipes. Acredito que a nova forma de retratar as princesas venha de uma necessidade de recontar essas histórias de forma que elas se tornem mais adequadas para as crianças de hoje. E isso não vem apenas do fato das mulheres possuírem mais independência do que possuíam quando, por exemplo, a Disney contava essas histórias ou mesmo quando esses contos foram escritos, mas também vem do fato de que as crianças estão cada vez mais independentes. Lógico que essa independência tem o seu lado negativo - na minha opinião, um grande lado negativo. Mas também mostra que essas crianças já não devem ter mais paciência para mocinhas tão bobinhas. Bom, ao menos espero que não.

19.4.12

A menos que.

O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida é uma animação elaborada pelos mesmos criadores do excelente Meu Malvado Favorito e baseada na história criada pelo Dr. Seuss. Embora o filme seja mais infantil do que as animações que eu costumo gostar, a mensagem me surpreendeu. 
 
Ted vive em uma cidade onde tudo é feito de plástico, os habitantes querem adquirir as coisas mais modernas possíveis e o consumo é tão absurdamente estimulado, que eles decidem vender ar puro. A cidade não possui nenhuma árvore além das de plástico, coloridas e modernas, sempre com um novo modelo sendo lançado. Quando a menina pela qual é apaixonado decide que gostaria de ganhar de presente uma árvore de verdade, Ted vai em busca da tal trúfula perdida. No filme, as trúfulas representam as árvores, porém são coloridas e tem aparência semelhante à algodão doce. 

Lorax nada satisfeito com a árvore derrubada :O

Nessa aventura, Ted acaba por conhecer o homem que, movido pela ganância, foi responsável pela destruição de todas as árvores, a partir das quais ele confeccionava um produto chamado "sneed" que tinha diversas utilidades. E o Lorax? Lorax é o guardião da floresta que vai tentar alertar sobre os riscos de tal atitude. É ele quem precisa despertar a preocupação com o futuro e mostrar que as ações no presente tem um efeito lá na frente.

O filme é um musical e com tantas cores e músicas creio que ele seja bastante atrativo para as crianças. O seu humor não se preocupa muito em conquistar os adultos e continua no diálogo com os mais novinhos. Chamando a atenção para a preocupação com o futuro e as consequências da ganância, o recado que o filme deixa é realmente o de que, a partir do momento em que nos importamos, podemos tornar as coisas melhores.

5.4.12

"Jogos Vorazes", um vício surgindo

Só fui me interessar por Jogos Vorazes quando já estava pertíssimo da data de estreia do filme. Eu já havia escutado coisas sobre este ser o novo sucesso, trilhando os caminhos de Harry Potter (que marcou a minha vida <3) e Crepúsculo, mas ainda não tinha sequer pesquisado o assunto da história. Minha irmã veio falar que estava lendo os livros - trilogia da autora Suzanne Collins - e aconselhou que eu fizesse o mesmo. Acabei não lendo, mas fiquei curiosa para ir ao cinema assistir ao filme, coisa que normalmente não faço, dado que é muito mais gostoso ler o livro antes.


Eu classifico muito um filme pelo que eu sinto quando o assisto. Pode até ser que da segunda vez eu não veja mais tanta graça na história, mas eu nunca esqueço das sensações que tenho quando assisto a um filme pela primeira vez. Jogos Vozares é um desses filmes que provocam milhares de sentimentos em mim e faz com que eu mergulhe na história, que é tão fora da realidade quanto dentro dela.

A existência dos Distritos e sua relação com a Capital, a aparência e o comportamento das pessoas da Capital e a própria ideia dos Jogos Vorazes - onde 24 pessoas se veem dentro de uma arena em um determinado cenário escolhido e apenas uma delas sairá viva, pois elas lutarão até a morte entre si - tudo isso causa estranheza, desconforto e tensão. Por outro lado, parece relativamente real observar a personagem principal, que vive na pobreza e se vê diante do mais completo luxo e conforto dias antes de precisar entrar em um jogo para lutar pela sua sobrevivência. Real também é a manipulação desse jogo. 

A diferença entre as pessoas da Capital e do Distrito

A história do filme, dirigido por Gary Ross, é a seguinte: onde antes era a América do Norte, surge a nação de Panem, que possui doze distritos dos quais uma menina e um menino são selecionados como Tributos para participar dos Jogos Vozares e lutar pela própria vida. É um reality show que significa entretenimento para os moradores da Capital e também é, por parte dos mesmos, uma forma de manter submissos os povos dos Distritos.

Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se oferece como Tributo do Distrito 12 no lugar de sua irmã que havia sido sorteada. Peeta Mellark (Josh Hutcherson), rapaz do mesmo Distrito que também é sorteado para ir aos jogos, é responsável por deixar no filme a dúvida sobre o seu caráter e protagonizar o que o reality show vê e especula como um possível amor entre dois jovens. Outros muitos personagens interessantes fazem parte dessa história, como o mentor dos jovens do Distrito 12, os Tributos que foram treinados desde cedo para participarem dos jogos e se orgulham disso e o figurinista interpretado pelo Lenny Kravitz.

Katniss e Peeta, os jovens do Distrito 12

Certamente vou ler os livros, pois fiquei viciada só pelo filme e com vontade de assistí-lo mais vezes. Nos livros, a história é contada do ponto de vista da personagem principal, o que será uma novidade para mim em relação ao filme. Além disso, descobrir a história dos outros dois livros da trilogia antes dos filmes será bem melhor.