27.1.12

Quando a continuação vale a pena: "Sherlock Holmes - o Jogo de Sombras"


Sobre continuações de filmes que fizeram muito sucesso, eu acho que elas naturalmente seguem dois caminhos. Às vezes, a continuação se transforma numa história exagerada nos pontos que funcionaram anteriormente, fazendo com que o sentido original do filme acabe se perdendo e a história soe forçada. Mas, outras vezes, a continuação consegue respeitar os pontos característicos do primeiro filme e ainda assim ousar, ser nova e criativa, tornando-se ainda mais surpreendente.

Citando exemplos, O Diário de Bridget Jones é um filme muito bom, mas o segundo filme, No Limite da Razão, eu detestei. Enquanto o primeiro trazia uma personagem totalmente possível e real, que passava por coisas com as quais o público poderia se identificar, o segundo mostrava uma história surreal e exagerada. O mesmo eu achei de Legalmente Loira. O primeiro, ótimo. O segundo, uma porcaria.


O meu receio em relação à Sherlock Holmes - O jogo de sombras, era de que acontecesse algo semelhante ao que ocorreu quando eu assisti ao segundo filme de Piratas do Caribe no cinema. Explico: eu adoro todos os filmes de Piratas do Caribe, exceto o segundo. Quando eu vi o segundo filme, a sensação que eu tive foi a de que eles perceberam que o Jack Sparrow era um personagem único e engraçado com seu senso de humor e falta de escrúpulos, então decidiram abusar disso no segundo filme. Juntaram à isso um montão de cenas de ação e a história ficou difícil de digerir. Traduzindo: eu pensei que eles tinham conseguido estragar um filme que era pra ser fantástico. Depois, nas outras continuações, isso foi acertado, embora nenhum deles tenha conseguido superar o primeiro. Faço a comparação com Piratas do Caribe, porque Sherlock Holmes também é um personagem que conquista o público com o humor irônico que é colocado em sua prepotência e, digamos, loucura. O primeiro filme tem traços bem característicos: as cenas em câmera lenta enquanto Sherlock descreve sua ação, o contraste entre a personalidade de Watson e Sherlock (o que faz deles uma dupla especial e única, que funciona muito bem), as cores escurecidas e o ritmo com a qual a história é contada (que é bastante ágil). O meu medo era que pegassem tudo isso e elevassem ao cubo, caindo no exagero das continuações. Bom, isso não acontece em O jogo de sombras. O filme soube usar de suas características sem errar e ficou melhor que o primeiro.

Microft, o irmão mais velho de Sherlock, aparece no segundo filme.

Quando eu assisti ao primeiro filme, não conhecia nada a respeito do personagem principal, exceto o fato de que ele é um detetive. Como recentemente eu li o livro de Andrew Lane, O jovem Sherlock Holmes, por já estar familiarizada, eu acabei me envolvendo mais com a história quando fui ao cinema dessa vez. O Sherlock em sua versão jovem não possui as habilidades - especialmente de luta -, nem a arrogância, nem os disfarces que o Sherlock adulto possui, fazendo de sua versão adulta um personagem mais completo e interessante. Separei agora um livro do autor original, Sir Arthur Conan Doyle, e logo vou poder comparar a versão do personagem nos filmes com o original.

Watson e Sherlock, a dupla perfeita.

No primeiro filme, também dirigido por Guy Ritchie, a história gira em torno de Lorde Blackwood, supostamente ressuscitado. Dessa vez, Sherlock se encontra com seu arqui-inimigo, o professor James Moriarty, interpretado por Jared Harris. A dupla Robert Downey Jr. e Jude Law - dois atores que eu gosto bastante - funciona perfeitamente bem. Nesse filme, Rachel McAdams, que interpreta Irene Adler, aparece muito pouco, o que é uma pena porque eu não só adoro a atriz como também gostei bastante de sua personagem. Um ponto muito interessante no filme é o casamento de Watson, que vai acabar deixando escapar um Sherlock com medo de perder o amigo e até mesmo com um pouco de ciúmes, mostrando que o detetive tem sentimentos. Aliás, achei que este foi o filme da amizade entre os dois, o que é muito bacana de acompanhar. Além disso, tem a participação de Mycroft (Stephen Fry), o irmão mais velho de Sherlock Holmes. No livro de Andrew Lane, ele aparece como um personagem mais sério que o do filme, mas muitíssimo interessante. Quem ainda não assistiu, é melhor correr para os cinemas. Vocês são ver uma continuação que vale a pena.

26.1.12

Oscar 2012


Na terça-feira saiu a lista com os indicados ao Oscar 2012 e, pra variar, eu não vi a maioria dos filmes. Não vou colocar a lista aqui porque dá pra achar em qualquer site e a minha intenção com o blog não é meramente informar, é dar pitaco mesmo. Já li a lista todinha várias vezes e quero comentar os filmes que eu assisti, os que eu quero ver, as atrizes que eu gosto... Enfim, quero participar do bafafá. Vamos lá?

meu favorito de 2011, Meia-Noite em Paris, está concorrendo em quatro categorias: melhor filme, melhor roteiro original, direção de arte e diretor. Eu fiquei apaixonada por esse filme e torço muito por ele.


Ainda na categoria de melhor filme, temos Cavalo de Guerrarecentemente comentado aqui no blog. O filme também concorre à direção de arte, fotografia, edição de som, mixagem de som e trilha sonora original. As aventuras de Tintim, sobre o qual ainda falarei aqui, também foi indicado à trilha sonora original.


Na categoria melhor animação (obaaa!), estão concorrendo dois filmes que eu vi: Gato de Botas e Rango. Não comentei sobre Rango aqui no blog, mas achei esse filme maravilhoso. Desde a interpretação dada ao Rango pelo Johnny Depp até às corujinhas que cantavam e tocavam, tornando o filme mais divertido. Não dá pra passar tão rapidinho assim o quanto ele é um filme que vale a pena, mas eu realmente amei. Com certeza está na minha lista de animações favoritas! E quanto à Gato de Botas, eu escrevi sobre ele aqui.


Entre as indicadas à melhor atriz achei duas queridinhas minhas, a Meryl Streep por sua interpretação em A Dama de Ferro, e Michelle Williams, indicada por Sete dias com Marilyn. Não assisti a nenhum desses filmes, mas gosto muito das atrizes. ^___^


Um filme que chamou a minha atenção foi Missão Madrinha de Casamento. Quando estava em cartaz eu não tive a menor vontade de assistir e embora eu soubesse muito pouco a respeito do filme, eu imaginei que fosse bastante fraco. Ele está concorrendo à melhor roteiro original, o que me deixou curiosa em relação ao filme.


A invenção de Hugo Cabret e Histórias Cruzadas são dois indicados à melhor filme que eu vi o trailer e fiquei com bastante vontade de assistir. A invenção de Hugo Cabret também concorre a outras dez categorias: trilha sonora original, direção de arte, fotografia, figurino, edição, melhor diretor, edição de som, mixagem de som, efeitos visuais e roteiro adaptado.


Além de Hugo Cabret, liderando em número de indicações também está o filme francês mudo e em preto e branco, O Artista, concorrendo em dez categorias, entre elas: melhor ator, melhor atriz coadjuvante e melhor roteiro original.


Eu não assisti Rio, o que eu lamento muito, mas ele está concorrendo à canção original, com a música “Real in Rio”, de Sergio Mendes e Carlinhos Brown, com letra de Siedah Garrett.


A cerimônia do Oscar ocorrerá no dia 26 de fevereiro em Los Angeles.

25.1.12

Cinema: Aventura, comédia, animação e drama


Desde o início do ano eu já assisti um montão de filmes no cinema. Queria até fazer postagens separadas para cada um deles, mas eles estão acumulando, então optei por escrever sobre vários num post só. Vou comentar quatro filmes: Imortais, Compramos um Zoológico, Alvin e os Esquilos 3 e Cavalo de Guerra. O texto vai ficar um pouco longo, mas como está dividido em quatro tópicos, não acho que a leitura ficará cansativa.

1. Imortais
Assisti Imortais em 3D no penúltimo dia do ano passado. Foi por saber que eu veria filmes até o finalzinho (mesmo!) do ano que eu deixei aquele texto com todos os filmes que eu vi em 2011 pro último dia. 

O filme mostra Theseus (Henry Cavill) como um jovem simples, treinado por Zeus (Luke Evans) sem saber. Em sua forma humana, Zeus é representado por um senhor que foi o tutor de Theseus desde a sua infância (John Hurt). O jovem é o escolhido por Zeus para liderar o exército grego contra o exército do rei Hipérion (Mickey Rourke), que busca o arco de Épiro, capaz de libertar os titãs e fortalecer sua tropa. Nessa luta, Theseus terá a ajuda da vidente Phaedra (Freida Pinto). É um filme para ser visto em 3D, caso contrário, perderá uma considerável parcela de sua graça. A história, embora interessante, em alguns momentos parece um pouco vazia. Talvez por isso eu não tenha conseguido me apegar a nenhum personagem. Mas o espetáculo das imagens em 3D me deixou bastante atenta do início ao fim.

2. Compramos um Zoológico
Compramos um Zoológico é um filme dirigido por Cameron Crowe (diretor de Tudo acontece em Elizabethtown, um filme de 2005 que eu amo e recomendo) e baseado em fatos reais (já disse aqui que eu adoro isso). Além disso, fala sobre mudar sua vida do nada e se arriscar sem fazer a menor idéia se a sua loucura terá como resultado o sucesso ou o fracasso completo (outra coisa que eu adoro). Eu não sabia de nada disso a respeito do filme. Pelo cartaz e pelo nome, eu realmente não queria ver. Zoológico, crianças, um cartaz colorido... NÃO, obrigada. Mas eu e o namorado queríamos ir ao cinema e já tínhamos visto todos os filmes que estavam em cartaz no cinema mais perto aqui de casa, então, resolvi arriscar. O namorado já havia assistido e garantia que era bom. Apostei e gostei. Não gosto de zoológico e não gosto de animais em filmes. A respeito dos zoológicos, bem, realmente não acho que animais enjaulados sejam atração. Quanto ao uso de animais em filmes eu ainda preciso pesquisar, não tenho opinião formada, mas embora eles sempre jurem que os animais foram bem tratados, eu não consigo gostar.

A história de Benjamin Mee (Matt Damon), baseada em seu livro, mostra um pai perdido diante de um drama familiar. Sua mulher faleceu e seu filho mais velho, Dylan (Colin Ford), começa a se comportar mal e acaba sendo expulso da escola. Além disso tem a filhinha mais nova, a Rosie (Maggie Elizabeth Jones), que é muito mais fácil de lidar que Dylan, mas também sofre bastante com a falta da mãe. O pai decide comprar um zoológico, o que vai acabar fazendo com que ele gaste muito dinheiro e entre numa luta para deixar o local funcionando perfeitamente. Além do que eu disse sobre ser baseado em fatos reais e falar sobre mudar a sua vida radicalmente quando ela não lhe agrada, o filme também vale a pena pela questão sentimental da família, especialmente entre pai e filho. Dia desses, na livraria, eu aproveitei para dar uma olhada no livro, mas foi bastante rápida, portanto, peço desculpas caso esteja falando besteira. Pelo que vi no livro, a morte da mãe não foi fator para a crise da família e, consequentemente, a compra do zoológico. No livro, o pai carrega família inteira (mãe e filhos) para o zoológico e lá ela fica doente. Na história real, as despesas com a doença vão ser somadas às despesas com o zoológico.

3. Alvin e os Esquilos 3
Quando eu era criança, eu a-ma-va o desenho dos Chipmunks! Eu e a minha irmã adorávamos assistir um filme deles que tínhamos em fita VHS (ai, saudadinha!). Meu favorito era (e é!) o Theodore, o mais novinho e mais medroso. Apesar do meu amor pelo desenho, os filmes recentes não chamaram a minha atenção. O primeiro eu sequer assisti, mas tendo visto os outros dois, posso dizer que falta uma certa profundidade nas histórias. Mesmo assim, esse último foi o que eu mais gostei e consegui rir bastante com as interpretações das Esquiletes cantando músicas que se encaixavam perfeitamente - e comicamente - ao momento mostrado. Já algumas cenas que envolvem os humanos chegam a me deixar constrangida na cadeira do cinema com a sensação de estar assistindo ao Discovery Kids e suas interpretações bem exageradas em programas voltados mais para bebês do que para crianças. Em Alvin e os Esquilos 3, dirigido por Mike Mitchell (que também dirigiu Shrek para sempre, que eu adoro!), Dave (Jason Lee) vai passar as férias a bordo de um transatlântico e leva os esquilos (incluindo as Esquiletes). Alvin apronta e sua desobediência acaba fazendo com que os esquilos fiquem perdidos numa ilha aguardando por resgate.

4. Cavalo de Guerra
Dos quatro filmes que estou comentando, este foi o que mais gostei. Um filme de Spielberg, baseado em um livro de Michael Morpurgo, Cavalo de Guerra começa mostrando um fazendeiro (interpretado por Petter Mullan) comprando o cavalo, num ato impulsivo e irresponsável, visto que estava passando por dificuldades financeiras e à beira da falência. Seu filho, o jovem Albert (Jeremy Irvine) decide treinar o cavalo e se apega ao bicho. Diante dos problemas da família, o pai acaba decidindo vender o cavalo para o exército inglês durante a Primeira Guerra Mundial, separando o menino do cavalo, mas jamais acabando com o forte laço de amizade que os mantém ligados. A Primeira Guerra Mundial nos é mostrada a partir da trajetória do cavalo, agora um cavalo de guerra. A melhor personagem da história é a neta de um fazendeiro francês, que nos ganha facilmente com o seu carisma, senso de humor e pelo drama passado por sua família. Só por curiosidade, David Thewlis, que interpreta o professor Lupin nos filmes da saga Harry Potter, também está no filme.   


O filme é bonito e emocionante, mas concordei com a crítica da Isabela Boscov, quando ela diz que por ser um filme que se passa durante a guerra, esse aspecto poderia ter sido mais aproveitado para que o filme fosse ainda mais impactante e emocionante. Ela diz ainda que isso provavelmente não foi feito, pois Spielberg fez o filme para os estúdios Disney, o que acaba exigindo que a história seja mais família. Senti que a história era realmente muito boa, mas que o filme ficou devendo em algo ao contá-la.

Falando em Spielberg, assisti recentemente As aventuras de Tintim e adorei o filme, vou falar sobre ele aqui depois. Outro filme que vi recentemente e também merece postagem é 2 coelhos.

15.1.12

O poder da imaginação e a vontade de escrever


Ou: Ponte para Terabítia

Há pouco mais de um mês atrás (eu acho), meu pai estava vendo um filme na sala enquanto eu brincava com o cachorro. Pra variar, papai acabou dormindo no sofá e não assistindo ao filme, o que não é muito diferente do que a mamãe faz com as novelas ou eu faço com os textos da faculdade. Bom, o que interessa é que eu acabei cada vez mais deixando o cachorro de lado (desculpa, Elvis!) e parando para assistir ao filme. No início, Ponte para Terabítia parecia uma aventura mais ou menos de Sessão da Tarde, mas aos poucos o filme foi passando a ter aquela magia infantil que eu tanto gosto.


Jess Aarons (Josh Hutcherson) é um menino que pertence a uma família pobre e não se encaixa nessa família. Na escola, também é um deslocado e atura as implicâncias dos outros alunos. Quando teria a chance de vencer uma corrida e ganhar algum respeito, Leslie Burke (AnnaSophia Robb), a aluna nova, surpreende a todos ganhando e deixando Jess em segundo lugar. Embora seu primeiro sentimento em relação a garota seja de raiva, logo os dois tornam-se grandes amigos. Leslie também sofre com a exclusão dos outros alunos e Jess acaba por ser seu único grande amigo. A menina é vizinha dele e filha de escritores. Com uma imaginação bastante aguçada, eles criam o reino de Terabítia - um lugar onde os dois podem sonhar sem as preocupações do mundo real ou usar da imaginação para lidar com os problemas na escola. 


Não tem como não gostar de um filme que mostre, acima de tudo, o poder da imaginação. Sempre disse querer ser escritora para ter o poder de tirar as pessoas de uma realidade muitas vezes desagradável. Uma história, seja assistida ou lida, tem essa capacidade de nos fazer viajar um pouco e isso é uma delícia. E faz o que o próprio filme mostra: nos tira da realidade mas também nos ajuda a lidar com ela. As histórias nos fazem refletir, muitas vezes trazem conselhos e a identificação com um personagem ou conflito nos inspira a ter certas atitudes. Para mim, Ponte para Terabítia, que é um filme baseado em um livro, é uma daquelas histórias que faz com que eu não desista de querer escrever e mostra como é importante que todos nós tenhamos um pouco de fantasia em nossas vidas. Lindo e sensível.

12.1.12

O pandeiro do vovô


Para o vovô.
Saudade.


O pandeiro empoeirado em cima da estante.
O pandeiro empoeirado.
O pandeiro.
O pandeiro tem som.
O som do pandeiro num dia ensolarado.
O pandeiro tem brilho.
Brilha quando bate a luz do sol.
O pandeiro brilha quando bate a luz do sol.
Ele brilha quando bate no pandeiro.
O pandeiro tem dono.

Ele brilha quando bate no pandeiro.

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Primeira semana de janeiro do blog Ideias Compartilhadas.

5.1.12

Cinema: Missão Impossível 4


Ou: Entre a animação e a ação.

Quando cheguei a sala de cinema para assistir Missão Impossível 4: Protocolo Fantasma, as luzes já estavam apagadas e o cinema estava praticamente lotado. Eu e o meu namorado paramos na lateral para tentar enxergar os números das poltronas a fim de achar os nossos lugares marcados. Nesse instante, um grupo de rapazes passou por nós e o primeiro deles resmungou algo sobre estarmos parados atrapalhando sua passagem, coisa que não acontecia, visto que estávamos no canto exatamente para não atrapalharmos a ninguém. Sendo assim, imediatamente antipatizei com o grupo. Quando encontramos nossos lugares, dois desses rapazes estavam sentados neles. Que maravilha. Um deles levantou, o outro ainda ficou por um tempo sentado e foi necessário pedirmos mais de uma vez para que ele se retirasse. Quando finalmente me acomodei, não conseguia abaixar o braço da cadeira (e porta-copo) porque o braço do cara ao lado estava ocupando o espaço da minha cadeira. Pedi licença a ele diversas vezes, mas acho que essas pessoas espaçosas e mal educadas são um pouco surdas. Então desci o braço da cadeira no braço do rapaz mesmo. Ao longo do filme, essa turminha fazia comentários altos e aplaudia como se a sala de cinema tivesse sido fechada para eles e eu cheguei a me perguntar se eles não teriam trazido tomates, para interagir mais com o filme, caso achassem ruim. O mundo é assim e a gente sempre encontra essas pessoas cujo motivo de existência é simplesmente nos ajudar a exercitar a paciência.


Eu nunca tinha assistido Missão Impossível até então. Não gosto desse estilo de filme e posso resumir o meu “não gostar” em uma palavra: ação. Filmes de ação não me agradam por motivos muito simples e característicos desse gênero: muita cascata (não arrumei palavra melhor, então ficaremos com essa), mulheres sendo objetos (elas precisam ser sensuais) e uma história que eu sempre tenho preguiça de entender. Em Missão Impossível 4: Protocolo Fantasma, o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) é acusado por um bombardeio ao Kremlin. Sendo o agente e sua equipe acusados de terroristas tentando iniciar uma Guerra Nuclear, eles buscam limpar o nome da agência. E é mais ou menos por aí, eu sempre acho tudo muito confuso e me pego diversas vezes no meio de cenas de explosões e lutas tentando lembrar qual é o real motivo daquilo tudo.


As duas mulheres que tem algum destaque no filme lutam com roupas coladas e de vestido, rasgam um pedacinho da roupa e lógico, em determinado momento uma delas vai utilizar do poder malvado (uuuh!) que é a sedução feminina para ajudar no plano. Elas não podem ter as idéias geniais para resolver os problemas que surgem ou simplesmente serem engraçadas. Isso fica por conta dos homens (que são sempre maioria); é melhor que elas ajudem com a sensualidade (até lutando!). A agente Jane Carter (Paula Patton) pode até ser retratada como uma boa lutadora ou qualquer coisa do tipo, mas ela não teria essa credibilidade se não servisse com lealdade ao padrão de beleza e não usasse roupas com os seios saltando para fora.

Bom, apesar da graça nunca ficar por conta das mulheres nesses filmes, preciso admitir que se o filme tem um aspecto positivo esse aspecto é o humor, que não foi vazio ou patético, como eu costumo achar. Ri em diversos momentos e achei que o humor vinha certeiro para quebrar toda aquela tensão característica da ação.


Brad Bird (da Pixar) é o diretor desse quarto filme, e sai das animações para dirigir seu primeiro live-action que, pelo já li, está sendo elogiado pela crítica. Antes disso, dirigiu Os incríveis e Ratatouille, duas animações que eu realmente adoro, sendo Ratatouille uma das minhas favoritas. Entre a animação e a ação, eu fico com a primeira. Mas creio que os amantes da ação vão adorar Missão Impossível.

3.1.12

Cinema: Gato de Botas tem como tema a amizade


Se tem um estilo de filme que eu simplesmente amo é animação. Entre as minhas preferidas estão: Procurando Nemo (2003), Ratatouille (2007), Meu Malvado Favorito (2010) e uma que assisti recentemente, mas não é tão recente, Coraline (2009). São histórias leves, envolventes, emocionantes e sempre tem uma lição que toda criança deve aprender e todo adulto deve (ou deveria) lembrar. Gosto de histórias infantis, seja em livros ou filmes e, sendo assim, também sou apaixonada por contos de fadas e seus finais felizes na Disney. Gostando de animações e de contos de fadas, é lógico que eu acabaria amando Shrek. Mas algo engraçado aconteceu. Na época da febre mesmo, eu não assisti aos filmes e não ficava interessada pela história. Só fui assistir aos três filmes pela televisão, porque a minha mãe sugeriu. Eu achava que era uma animação mais sem graça, tão voltada para a comédia que acabaria superficial. Mas foi uma surpresa muito boa! Achei os filmes realmente engraçados (nada forçado), com uma história bacana, referência a contos de fadas de uma forma divertida e com personagens muito cativantes. Como um montão de gente, eu também fiquei apaixonada pelo Gato de Botas! Gostei tanto dos filmes que o quarto e último, Shrek para sempre, eu assisti no cinema em 3D. E foi muito bom.


Quando vi que o Gato de Botas teria um filme só dele, fiquei bastante empolgada com a ideia. E foi assim, nessa empolgação toda, que eu fui assistir a Gato de Botas 3D. Nesse filme, que tem uma pegada um pouco diferente de Shrek, o Gato ganha dois companheiros, o famoso ovo Humpty Alexander Dumpty e a gatinha Kitty Pata-Mansa e, juntos, eles buscam pegar os feijões mágicos dos vilões Jack e Jill. Humpty Dumpty é um personagem que eu já gostava e acho que o conheci quando li Alice no País dos Espelhos (que todo mundo chama de Alice Através do Espelho, que seria a sua tradução mais próxima, mas o livro que tenho chama-se Alice no País dos Espelhos, então assim o chamarei aqui). Eu o achei interessante por parecer meio esquisitão e gostei de vê-lo no filme também, embora seu personagem no filme seja meio irritante e diferente da idéia que tenho dele.

Que fofinho o Humpty Dumpty com essa roupinha dourada!
                                  
Assisti ao filme dublado porque não tinham opções de filmes legendados aqui perto de casa, o que eu acho uma pena. Sempre que animações ficam em cartaz eu tenho uma dificuldade em encontrá-las legendadas e fico meio frustrada. Queria ver a interpretação que Antonio Banderas dá ao Gato de Botas. Minhas cenas favoritas - e sem dúvida as mais engraçadas - eram aquelas onde a graça ficava por conta dos hábitos e do modo de agir do Gato que, obviamente, tiravam sarro das coisas que os gatos realmente fazem, como acontece na cena em que ele persegue a luz de uma lanterninha e no momento em que ele bebe leite (o trailer, ao final do post, mostra essas cenas). Aliás, como eu tenho um gato aqui em casa achei essas cenas bem fofas. ^___^


Certamente que o tema da história de Gato de Botas 3D é a amizade. Mostra os sonhos de infância do Gato e de Humpty Dumpty de conseguirem os feijões mágicos e, a partir daí, toda uma história de confiança, traição, aventura e novas amizades. O que eu posso dizer é que a história é legal de assistir e distrai, mas com a expectativa que eu estava para assistir a um filme protagonizado pelo Gato de Botas, o filme deixa um pouco a desejar, no sentido de que não possui nada que o destaque em relação à outras animações. Ainda assim, é uma boa animação. E animações valem a pena assistir e fazem a gente viajar e se entregar.

 Assista ao trailer para ver as cenas sobre as quais falei:

1.1.12

Blogando

Meu primeiro blog foi em 2003 e a partir daí eu nunca mais parei. Já tive blogs de todos os estilos: diários, blogs para falar de artistas, blogs com gifs e, embora hoje em dia eu sinta um pouquinho de vergonha ao lembrar do conteúdo de certos blogs, eu acho que todos eles foram importantes pela diversão, uma coisa meio propaganda de OMO, "se sujar faz bem", sabe? Lembro que logo no início eu notei que alguns blogs tinham seus layouts personalizados e quis aprender a fazer o meu. Meu pai então me ensinou a mexer com  código html, Photoshop e Fireworks. Não sou muito boa em nenhuma dessas coisas, queria melhorar, mas sei o suficente pra levar em frente os meus bloguinhos que, antes de qualquer coisa, são uma fonte de distração pra mim. Resumindo: eu acho legal. Muito legal. Pensar sobre o que escrever, buscar imagens para ilustrar, ler e reler o texto acrescentando e tirando partes, postar, editar, publicar, ler e achar que ficou bom, ler e sentir vergonha depois. Eu adoro tudo isso. Por isso resolvi postar hoje duas publicações minhas em 2011 que eu gostei bastante. Quem estiver aí de bobeira, é só ler (ou reler). Eu já fiz isso com o meu blog (sinceramente, adoro reler o que eu escrevo, seja pra sentir uma pontinha de orgulho ou de arrependimento) e também já reli muita coisa dos blogs que acompanho. 

O gabrielamrc tem esse nome porque depois de pensar em alguns nomes para o meu novo blog, eu comecei a refletir sobre o estilo que eu queria que ele tivesse. E justamente pensando na ideia de que eu criaria esse blog para distração e lazer, resolvi que ele não falaria sobre algo em específico, com um estilo de texto, mas seria um blog pessoal, um espaço para eu falar sobre o que eu quisesse. Eu diria até uma espécie de rascunho. O que me dá vontade de escrever eu venho aqui e escrevo: um desabafo, uma reclamação, um texto sobre um filme ou livro e por aí vai. É o meu espaço. E então eu achei que nada mais pessoal do que o meu próprio nome e ficou gabrielamrc. Assim, meio despretensioso, bem parecido com o blog. Bem parecido comigo. 

Meus posts favoritos de 2011

1. Uma piada nunca é só uma piada

Esse post foi o que me fez voltar a ter blog. Eu sempre amei escrever e acabava digitando meus textos no Word e não publicando em lugar nenhum. Até que eu escrevi esse e, antes de publicar, pedi permissão à Lola para falar sobre o caso dela. Ela gostou do texto e fez um tweet a respeito dele, o que rendeu algumas visitas ao meu blog e alguns elogios pelo twitter que me deixaram bastante contente. Leia o texto aqui.

2. Hilary Duff na Bienal

Esse post foi sobre um dos melhores dias da minha vida! Nunca imaginei que conheceria uma artista da qual comecei a gostar quando era uma pré-adolescente. E continuei fã dela. Ela crescendo de lá, eu crescendo de cá. Até que um dia a gente se encontrou. Fofo, né? Leia o texto aqui.