5.1.12

Cinema: Missão Impossível 4


Ou: Entre a animação e a ação.

Quando cheguei a sala de cinema para assistir Missão Impossível 4: Protocolo Fantasma, as luzes já estavam apagadas e o cinema estava praticamente lotado. Eu e o meu namorado paramos na lateral para tentar enxergar os números das poltronas a fim de achar os nossos lugares marcados. Nesse instante, um grupo de rapazes passou por nós e o primeiro deles resmungou algo sobre estarmos parados atrapalhando sua passagem, coisa que não acontecia, visto que estávamos no canto exatamente para não atrapalharmos a ninguém. Sendo assim, imediatamente antipatizei com o grupo. Quando encontramos nossos lugares, dois desses rapazes estavam sentados neles. Que maravilha. Um deles levantou, o outro ainda ficou por um tempo sentado e foi necessário pedirmos mais de uma vez para que ele se retirasse. Quando finalmente me acomodei, não conseguia abaixar o braço da cadeira (e porta-copo) porque o braço do cara ao lado estava ocupando o espaço da minha cadeira. Pedi licença a ele diversas vezes, mas acho que essas pessoas espaçosas e mal educadas são um pouco surdas. Então desci o braço da cadeira no braço do rapaz mesmo. Ao longo do filme, essa turminha fazia comentários altos e aplaudia como se a sala de cinema tivesse sido fechada para eles e eu cheguei a me perguntar se eles não teriam trazido tomates, para interagir mais com o filme, caso achassem ruim. O mundo é assim e a gente sempre encontra essas pessoas cujo motivo de existência é simplesmente nos ajudar a exercitar a paciência.


Eu nunca tinha assistido Missão Impossível até então. Não gosto desse estilo de filme e posso resumir o meu “não gostar” em uma palavra: ação. Filmes de ação não me agradam por motivos muito simples e característicos desse gênero: muita cascata (não arrumei palavra melhor, então ficaremos com essa), mulheres sendo objetos (elas precisam ser sensuais) e uma história que eu sempre tenho preguiça de entender. Em Missão Impossível 4: Protocolo Fantasma, o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) é acusado por um bombardeio ao Kremlin. Sendo o agente e sua equipe acusados de terroristas tentando iniciar uma Guerra Nuclear, eles buscam limpar o nome da agência. E é mais ou menos por aí, eu sempre acho tudo muito confuso e me pego diversas vezes no meio de cenas de explosões e lutas tentando lembrar qual é o real motivo daquilo tudo.


As duas mulheres que tem algum destaque no filme lutam com roupas coladas e de vestido, rasgam um pedacinho da roupa e lógico, em determinado momento uma delas vai utilizar do poder malvado (uuuh!) que é a sedução feminina para ajudar no plano. Elas não podem ter as idéias geniais para resolver os problemas que surgem ou simplesmente serem engraçadas. Isso fica por conta dos homens (que são sempre maioria); é melhor que elas ajudem com a sensualidade (até lutando!). A agente Jane Carter (Paula Patton) pode até ser retratada como uma boa lutadora ou qualquer coisa do tipo, mas ela não teria essa credibilidade se não servisse com lealdade ao padrão de beleza e não usasse roupas com os seios saltando para fora.

Bom, apesar da graça nunca ficar por conta das mulheres nesses filmes, preciso admitir que se o filme tem um aspecto positivo esse aspecto é o humor, que não foi vazio ou patético, como eu costumo achar. Ri em diversos momentos e achei que o humor vinha certeiro para quebrar toda aquela tensão característica da ação.


Brad Bird (da Pixar) é o diretor desse quarto filme, e sai das animações para dirigir seu primeiro live-action que, pelo já li, está sendo elogiado pela crítica. Antes disso, dirigiu Os incríveis e Ratatouille, duas animações que eu realmente adoro, sendo Ratatouille uma das minhas favoritas. Entre a animação e a ação, eu fico com a primeira. Mas creio que os amantes da ação vão adorar Missão Impossível.