20.9.11

Cinema: cientistas, aliens e cowboys


Antes de começar, queria dizer que este é um blog pessoal. Não sou nenhuma crítica de cinema, sou uma blogueira dando opinião, então o texto é bastante informal. Caso tenham críticas construtivas a fazer sobre formas bacanas de comentar filmes, eu aceito, então, não deixem de comentar. Bom, vou falar sobre os três últimos filmes que assisti nas telonas: Planeta dos Macacos: A Origem, O Homem do Futuro e Cowboys e Aliens.

1. Planeta dos Macacos: A Origem
Eu não assisti aos anteriores e fui ao cinema praticamente sem saber do que se tratava, apenas influenciada pelas boas críticas. O filme conta a história de um cientista (interpretado por James Franco) que ao procurar a cura para o Mal de Alzheimer acaba criando uma espécie de vacina que, quando testada em macacos, aumenta o QI dos mesmos. Realmente o trabalho do ator Andy Serkis - que por meio da técnica de captura de movimentos deu vida ao macaco Caesar  - deve ser tão elogiado quanto tem sido em todas as críticas que eu li sobre o filme (vale dizer que ele também interpretou os personagens Gollum e King Kong). Bom, sendo classificado como um filme de ação/aventura, definitivamente, Planeta dos Macacos: A Origem não é o tipo de filme que me agrada. Reconheço que não seja um filme de má qualidade: além dos ótimos efeitos para a criação dos macacos, a história deixa uma reflexão interessante a respeito do uso de animais em testes científicos e também chama atenção para a dominação humana sobre os animais. Mas não achei a história muito rica ou mesmo emocionante, contrariando o que tem sido dito por aí.

2. O Homem do Futuro
Acabei vendo O Homem do Futuro num dia em que o professor faltou e o pessoal da faculdade resolveu aproveitar o tempo vago para ir ao cinema. Sendo assim, devo dizer que o filme não estava na minha lista de filmes para assistir (diferentemente de Planeta dos Macacos) pois, preciso dizer, o cartaz me deu uma impressão de ser só mais uma cópia brasileira das comédias românticas norte-americanas. O Homem do Futuro é a história de um cientista (de novo cientista! :D), interpretado pelo Wagner Moura, que ao tentar criar um acelerador de partículas acaba criando uma espécie de máquina do tempo que o permite voltar ao passado e ter a chance de alterar uma humilhação sofrida na época da faculdade - humilhação que envolve a garota pela qual foi e ainda é apaixonado. Não é uma das histórias mais criativas, mas também convenhamos que em nenhum momento o filme foi divulgado com essa proposta. É um filme que distrai. Embora eu goste dos clichês das comédias românticas, esse filme não entrou pros meus favoritos do gênero.

3. Cowboys e Aliens
O último filme que assisti no cinema foi Cowboys e Aliens, um filme de ação/ficção, que começa mostrando um homem, chamado Jake Lonergan (Daniel Craig), que acorda sem memória e com um inexplicável bracelete em seu pulso. Ao chegar a cidade de Absolution, comandada pelo coronel Dolarhyde (Harrison Ford), Jake descobre ser um criminoso procurado. Porém, quando a cidade é ataca por aliens, seu bracelete mostra utilidade na luta contra os monstros do espaço, enquanto Jake busca relembrar a sua história. Quanto a esse filme, preciso dizer que todas as cenas engraçadas me pareceram um pouco machistas. Em uma delas, quando Ella (Olivia Wilde) pede para entrar na luta contra os aliens, o cowboy (e agora eu não lembro exatamente qual deles, mas imagino que tenha sido o coronel) responde “Já temos cachorro e criança, por que não uma mulher?”, momento em que o cinema inteiro caiu na gargalhada. Nesse aspecto o filme me incomodou um pouco, mas assim como O Homem do Futuro eu diria que é um filme que distrai e apenas isso.

Dos filmes assistidos, eu diria que o único que realmente vale a pena ser assistido nas telonas é o Planeta dos Macacos (caso você goste de filmes de ação, o que não é o meu caso!), pelos efeitos especiais e até mesmo pela reflexão deixada, cujo tema eu considero bastante importante e atual. Os outros dois acabaram sendo filmes com cara de Sessão da Tarde. Aqueles filmes que não fazem diferença se assistidos dublados ou legendados e que você pode ver enquanto destina a sua atenção a outras tarefas e assuntos e sente o cheirinho do café da tarde invadindo a sala. Para quem tem a sorte de estar em casa a essa hora, provavelmente fazendo a lição de casa, como era nos meus tempos de escola, onde eu via os filmes da tarde fazendo o dever. Bons tempos...

15.9.11

Hilary Duff na Bienal


Hilary Duff é cantora, atriz e agora escritora. Começou a carreira atuando em uma série de TV chamada “True Women” e no filme “Gasparzinho e Wendy”, de 1998. Porém, sua carreira começou a ganhar destaque quando foi escolhida para interpretar a Lizzie McGuire no seriado da Disney de mesmo nome, que lhe rendeu o filme “Lizzie McGuire - Um sonho de popstar” e um álbum de natal, todos lançados em 2003. Ainda nesse mesmo ano iniciou sua carreira como cantora pop lançando o álbum “Metamorphosis” (eu pedi de natal assim que soube do lançamento). A partir daí muitos outros filmes e álbuns foram lançados. Filmes como "Doze é demais", “A nova Cinderela” e “Na trilha da fama” e álbuns como “Hilary Duff”, “Most Wanted” e “Dignity” - este último em 2007. Em 2008, ela veio ao Brasil para um show da sua turnê do álbum “Dignity” e, é claro, eu estive lá. 


Desde então, Hilary participou de algumas séries para TV e atuou em mais filmes. Em 2010, deu início a sua carreira como escritora com o livro “Elixir” (que chegou ao Brasil agora em 2011). O livro - best seller do The New York Times - conta a história de uma jovem fotojornalista chamada Clea Raymond que, após o desaparecimento do pai começa a perceber imagens obscuras em suas fotos, que revelam a imagem de um  homem desconhecido. Ao falar sobre o seu livro, Hilary admitiu sempre ter tido a vontade de descontrair as pessoas com um livro que trouxesse como protagonista uma personagem feminina forte e inspiradora.


No dia 4 de setembro, Hilary participou da Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, falando sobre o seu livro numa palestra no espaço “Conexão Jovem” e posteriormente, autografando o livro para 300 sortudos que conseguiram senha. Trezentas senhas foram distribuídas as 10  horas, assim que a Bienal abriu, no estande da Editora iD.

Cheguei lá antes mesmo de abrir, por volta de nove e meia e me surpreendi com o número de pessoas que estavam na mesma expectativa; pessoas que vieram de outros estados, pessoas que chegaram as seis horas da manhã. Quando as portas abriram e eu cheguei (correndo, claro) ao estande da editora, logo percebi que pela minha localização na fila não teria a menor chance de conseguir uma das 300 senhas distribuídas. Havia, pelo menos, cerca de mil pessoas com a mesma intenção. 

 Foto tirada pela própria Hilary e postada em seu twitter.

Mesmo após ter sido anunciado que as senhas acabaram, eu não desisti. Estava ali com o único propósito de conhecer aquela da qual sou fã há dez anos, alguém que me ensinou - com seus filmes e músicas e com toda a trajetória da sua carreira - que nós não precisamos ser mais do que ninguém, apenas nós mesmos (sim, aquele super clichê que todo pré-adolescente adora). Pra mim a Hilary é um exemplo, uma pessoa que me inspira em todos os aspectos - o seu comportamento, o seu estilo, sua personalidade. Eu precisava tirar uma foto com ela, conseguir um livro autografado.

Após ficar horas andando pelo evento vendo se alguém poderia me dar ou vender a senha, decidi ir para o estande da editora onde ela autografaria os livros e me contentar em apenas vê-la de longe. Após algumas horas ali garantindo o meu lugar na grade, uma organizadora avisou que a Hilary daria os autógrafos dentro do auditório onde havia sido realizada sua palestra, a fim de evitar maiores tumultos. Já sem esperanças e muito cansada por ter passado um dia inteiro andando pra lá e pra cá atrás de senhas, de ter levado um tombo no meio da multidão e ter sido pisada por uma tropa de fãs que corriam atrás da sua amada celebridade, fui até a porta do auditório e continuei a minha saga atrás de senhas.

Eu tinha conseguido comprar o último dos 300 primeiros livros, que vinham com um pingente e tentava convencer o organizador de que isso deveria servir para alguma coisa, embora eu soubesse que não serviria. A sessão de autógrafos começou, a fila andava lentamente. Foi então que eu decidi ir embora, mas não sem antes dar uma olhada despretensiosa num estande localizado exatamente em frente ao auditório. Foi nesse estande, enquanto eu olhava livros de culinária, que eu ouvi a menina falar para a mãe que não estava a fim de enfrentar aquela fila gigantesca para conseguir um autógrafo. Ela estava cansada e não era muito fã, então não via motivos para fazer aquilo. Nem sei descrever o que passou pela minha cabeça naquele momento, simplesmente pedi a senha e comentei que tinha gente tentando vender por R$ 500. A menina, sem pensar duas vezes, me deu a senha dela, de nº 33 e a mãe falou que jamais iria vender algo que conseguiu de graça.

E foi assim que eu acabei fazendo parte do último grupo - com cerca de 10 fãs - que entrou no auditório para conhecê-la. A menina da frente me contava que havia sido a número 301 azar e também conseguiu a senha no último momento sorte. A menina atrás de mim pedia para que eu a ensinasse a falar algumas coisas em inglês. Me senti uma criança num parque de diversões, que espera na fila para o brinquedo, enquanto a sua mãe a observa do lado de fora. Segurava o meu livro com toda a força contra o peito a ponto de meus dedos marcarem a capa. Pensava na sorte que eu havia tido. As pernas já não doíam mais.

A Hilary - aquela que estava na mesa dando autógrafos - é igual a Hilary dos filmes que eu cresci vendo. Igual a das séries, a das músicas. Igual a do show. Absurdamente linda. Simpática. Autografou o meu livro. Pedi que ela autografasse uma outra amostrinha menor de seu livro que eu trazia no bolso. Para a minha irmã, eu disse. Ela perguntou o nome dela. “Let’s take a picture!”, ela disse. E eis a nossa foto. 

Minha cara após 10 horas correndo atrás de senhas.

Ela, exuberante. Eu, nervosa, cansada e feliz. Consegui o último livro dos trezentos com o pingente. Consegui, nos últimos momentos, a senha. O autógrafo. A foto. Consegui tudo.