Não sou a maior fã de comédias, talvez pelo fato de que as ache bastante parecidas. As piadas são feitas sempre em cima das mesmas questões e isso me dá preguiça de assistir, não apenas pelo fato de ser repetitivo (porque né, eu adoro comédias românticas), mas porque sempre acabam sendo exageradas e o exagero se torna constrangedor. Por exemplo, pensar em assistir a um filme com o Ben Stiller me dá uma certa agonia. Não gosto. Por outro lado, gosto do Adam Sandler. Comecei a conhecer o seu trabalho através do filme O Paizão, que eu adoro. Depois assisti outros também muito legais como Tratamento de Choque e Como se fosse a primeira vez. Já o último filme dele, Gente Grande, eu detestei. Bom, Cada um tem a gêmea que merece é melhor que Gente Grande, dessa vez eu consegui rir em algumas cenas. Mas também é constrangedor em alguns momentos.
O Paizão e Como se fosse a primeira vez sabem ter os pontos mais exagerados do estilo de comédia do Adam Sandler, mas tem os seus momentos mais sentimentais. Já em Cada um tem a gêmea que merece, os momentos que eram para ser mais emocionantes, abordando a relação entre os irmãos e todo essa coisa da importância da família, simplesmente não funcionam. Sequer é possível gostar de Jack ou de Jill.
Jack e Jill (os dois interpretados por Adam Sandler) são gêmeos. Jack é um cara que se deu bem na vida e é retratado durante todo o filme como o rapaz normal, que não tinha grandes problemas em socializar na época de escola e fez tudo como manda o protocolo: casou, teve filhos, mora numa casa muito boa e tem dinheiro pra viajar num cruzeiro com todo o conforto e diversão. Jill é irritante, tem maus modos e vive solitária após a morte da mãe - aparentemente sua única amiga. Ela resolve passar o feriado de Ação de Graças na casa de Jack e, como toda visita mala, vai ficando por mais tempo. É ao longo desse tempo que vamos observando a relação entre os irmãos, onde Jack simplesmente não suporta a presença de Jill (eu também não suportaria), mas vai usar a irmã para tentar conseguir a participação de Al Pacino em um de seus comerciais e por achar que ela precisa mesmo é de um homem (ou seja, Jack também é detestável).
Numa confusão onde até o Johnny Depp acaba participando (ele aparece usando uma camiseta do Justin Bieber e sua presença foi tão inesperada que eu fiquei em dúvida se era ele mesmo ali), eu consegui rir bastante em alguns momentos e em outros, dado que era sábado à noite, eu ficava na dúvida se estava no cinema ou em casa assistindo Zorra Total. Alguns pontos da comédia - a marca de suor que a irmã deixa na cama, as piadas de sempre em torno dos latinos-que-cruzaram-a-fronteira e os dois filhos de Jack com manias esquisitas - são forçados demais e não possuem graça alguma. Mas, embora também seja um ponto bastante comum nas comédias, preciso admitir que eu achei graça no Adam Sandler interpretando a Jill e na linguagem maluca dos irmãos.
Cada um tem a gêmea que merece passa longe dos filmes do Adam Sandler que eu gosto, mas vejam só uma coisa muito bacana que valeu a ida ao cinema: o trailer de Titanic que vai passar em 3D. Fiquei arrepiada vendo as cenas de um dos filmes mais marcantes da minha vida de novo na tela grandona, sendo que a última vez em que fiz isso eu era uma criança de oito anos. E vejam só que covardia: depois de ver Jack e Rose, Jack e Jill jamais poderiam conquistar mesmo, né?
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CHOREI 3D |